À
primeira família instituída por Deus, foi-lhe ofertada o privilégio de crescer,
multiplicar, encher a terra e exercer o domínio sobre a criação. Deus lhes
disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai
sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se
move sobre a terra. (Gênesis 1:28).
Tudo
corria na mais perfeita harmonia para o primeiro e jovem casal que dividia a
convivência conjugal no mais belo lugar, jamais imaginado. Um jardim com toda
espécie de flores multicores, árvores frutíferas; campos verdejantes com
animais domésticos; rios e lagos com toda espécie de peixes; tudo,
especialmente preparado para eles, e, à disposição deles. “E disse Deus: Eis
que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a
terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para
mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o
réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento;
e assim foi. (Gênesis 1:29,30). Mas, um dia lhes foi tirada toda aquela riqueza
de vida, consequência do pecado da desobediência. “Ora, a serpente era mais
astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta
disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do
jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele,
nem nele tocareis para que não morrais.
Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e
sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.
E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos,
e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu
também a seu marido, e ele comeu com ela.(Gênesis 3:1-6). E assim se deu a
queda do homem.
A mulher foi seduzida por satanás e suas falsas
promessas diziam que aquele fruto proibido lhe levaria ao patamar do
conhecimento e da ciência de Deus e após os seus mistérios revelados, ela se
tornaria semelhante ao seu Criador. E, tarde demais, ela e seu marido que,
também, comeu do fruto, descobriram com tardio arrependimento que a sua
rebeldia contra a ordem de Deus era o amargo sabor da morte; Satanás, os havia
engando com suas mentiras.
A solução para ambos, agora, seria esconder-se de Deus. “E
ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e
esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do
jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele
disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E
Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te
ordenei que não comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por
companheira, ela me deu e eu comi E disse a mulher: por que fizeste isto?
E disse a mulher: a serpente me enganou, e eu comi.(Gênesis 3:8-13).
“E a Adão disse: Porquanto, deste ouvidos à voz de
tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela,
maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua
vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No
suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela
foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gênesis 3:17-19).
Fora do lar original, não havia comida a sua disposição e
eles tiveram de prover seu próprio sustento e, a mais terrível consequência do
seu pecado: conviver distante do Criador. Mas, o casal deveria continuar a
sua jornada com a missão de povoar a terra e viver para a glória de Deus. Este
foi o propósito de Deus ao criar o homem. “A todos os que são chamados pelo meu
nome, e os que criei para a minha glória: eu os formei, e também eu os fiz.”
(Isaías 43:7). Apesar de ter a mulher ignorado o limite que
Deus havia traçado para ela e seu marido, apesar de ter que arcar com a
consequência do seu pecado, Deus não os deixou à deriva. Deus havia, com o
primeiro casal, instituído a família. “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o
homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele. Portanto deixará o
homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne”. (Gênesis 2:18, 24).
O casal teve muitos filhos, mas os dois primeiros que
nasceram daquela geração, se destacaram na história da criação, por isto, vamos
observar a vida desses irmãos em suas atitudes. Um deles, por nome Abel e o
outro, Caim. Diz a Bíblia que Abel pastoreava ovelhas e o outro, Caim, se
tornou lavrador da terra. Seus pais, expulsos do Jardim o qual viviam antes da
queda, não puderam proporcionar aos filhos o conforto que lhes fora
oferecido pelo Criador e eles, por causa do pecado dos pais, trabalhavam,
derramando o suor do seu rosto a fim de prover o pão de cada dia, ou seja o
sustento cotidiano para a preservação de suas vidas. Certamente, ambos tinham o
amor e seguiam o exemplo dos pais, e estes os ensinavam a importância de
obedecer e servir a Deus. E, ambos desejaram agradar o Senhor, oferecendo-lhe
uma oferta. Segundo o capítulo quatro de Gênesis, Caim tomou a iniciativa de
oferecer uma dádiva ao Senhor. “E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do
fruto da terra uma oferta ao Senhor. (Gênesis 4:3) O irmão mais moço, seguindo
o exemplo do mais velho, fez o mesmo. “E Abel também trouxe dos primogênitos
das suas ovelhas, e da sua gordura; (Gênesis 4:4).
Que fantástico, a ação daqueles adoradores! O Senhor
Deus estava sendo honrado e adorado por seus filhos. O elo de comunhão que
havia se rompido com o Criador por causa do pecado de seus pais, não os
impediam de prestar-lhe culto. E, assim, o fizeram. Porém, Caim se irritou com
seu irmão Abel. Diz a Bíblia que ele ficou afligido e encolerizado. “E irou-se
Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.” Caim não gostou de
compartilhar com seu irmão Abel aquele ato de amor, de gratidão, de adoração,
de culto ao Criador.
Por que? A Bíblia diz que o Senhor
agradou e aceitou a oferta de Abel, porém, rejeitou a oferta de Caim. “E
atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua
oferta não atentou”. Mas, será por que o Senhor teve aquela reação, isto é, dar
importância a oferta de Abel e desprezar a de Caim? Parece estranho. Como
poderia Deus rejeitar uma oferta de um dos seus adoradores?
A Bíblia diz que o Senhor sonda o mais profundo do
nosso interior. Através do profeta Jeremias, Ele, diz: “Eu, o Senhor,
esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os
seus caminhos e segundo o fruto das suas ações”(Jr. 17:10). Deus não se
impressiona com aparência, com eloquência, com títulos, ou seja lá o que for
que o homem se esforce para exibir ou atrair. Tem gente por aí que diz que faz
tudo para chamar a atenção de Deus. Sobe em árvore, o mais alto que pode;
outros plantam bananeiras, sai correndo. Certa ocasião, uma pastora estava
pregando, e em seguida largou o púlpito, balançou freneticamente a cabeça, saiu
puxando as irmãs da igreja e, uma segurando na cintura da outra, começaram a
correr enfileiradas pelas as alas do templo. E que poderia ter sido um culto de
adoração, se tornou em distração e diversão. Foi assim que pensaram estar
chamando a atenção de Deus. E, é o que está acontecendo por aí. O povo de
Israel tinha promessas de Deus que ao serem restaurados do cativeiro, suas
lagrimas se transformariam em alegrias, seus sofrimentos acabariam em festas
e danças. Mas, quando se reuniam no templo, quando iam para a adoração, era com
decência e ordem. A presença de Deus nos alegra, mas, nos faz cair como morto,
como João; a sua santidade nos envolve, mas, nos faz reconhecer a nossa
condição de pecador e como Isaías, dizer: Ai de mim; sua glória nos eleva, mas
nos perder as forças, como Daniel; sua luz nos ilumina, mas nos faz cair por
terra como Paulo; a terra treme e os montes se derretem na presença do Senhor,
diz o salmista.
Então, se quisermos atrair a atenção de Deus, é com
corações contritos e quebrantados, Ele não despreza. É indo ao seu encontro com
arrependimento, Ele não lança fora. É com silêncio, cale-se diante dele.
É com reverencia, guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus. O Senhor nos
retribui, segundo as nossas ações.
Saul, primeiro rei de Israel, já não mais contava
com a aprovação do Senhor, justamente por sua arrogância de achar que, por ser
rei, poderia sair fora dos limites que Deus havia traçado para ele como rei.
“Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente, e não guardaste o
mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria
confirmado o teu reino sobre Israel para sempre; porém agora não subsistirá o
teu reino; já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já
lhe tem ordenado o Senhor, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não
guardaste o que o Senhor te ordenou. (1 Samuel 13:13,14). Tem porventura o
Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à
palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o
atender, melhor é do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o
pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu
rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas
rei. (1 Samuel 15:22,23).
Então, quando a gente ver as igrejas
evangélicas aceitando todo tipo de atração, musicas, eventos inspirados nos
moldes mundanos, não há dúvida, segundo a Palavra, que o Senhor vê esse
tipo de adoração como a oferta de Caim, o irmão irado e assassino. E Deus
rejeita e vê esses ajuntamentos e manifestações em seu louvor como atos
abomináveis e barulhos em seus ouvidos. Veja o que está acontecendo no meio
evangélico, nos vídeos do Youtube, e se você é verdadeiramente salvo e tiver
compaixão pelos perdidos, terá motivo para chorar e clamar a misericórdia do
Senhor por um avivamento no meio evangélico. Pois o que está acontecendo com a
igreja que se reúne em nome de Cristo, é estarrecedor. Satanás tem cegado o
entendimento da liderança e o mundo invadiu com força as igrejas. Já não dá
para saber a diferença do louvor profano daqueles que glorificam as trevas e
dos que dizem estar glorificando a Deus. Com certeza, são poucos os que se
salvam, observou Jesus. Muitos que sobem os palcos de shows com gritarias e
muito barulho, muitos dos que pregam e operam sinais e maravilhas em nome de
Jesus e multidões os seguem, dirão no último dia: “Senhor, abre-nos; e,
respondendo ele, vos disser: não sei de onde vós sois; então começareis a
dizer: temos comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas
ruas. E ele vos responderá: Digo-vos que não vos conheço nem sei de onde vós
sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais a iniquidade. Ali haverá
choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os
profetas no reino de Deus, e vós lançados fora.” (Lucas 13:25-28).
Ao observar a ira de Caim contra seu irmão,
Deus o questiona: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? Se bem
fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à
porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.
O Senhor sabia da intenção de Caim contra seu irmão
e o porquê da sua ira. E, por sua graça e misericórdia, foi ao encontro de Caim
exortando-o, procurando conduzi-lo a uma reflexão do seu pecado. “Se bem
fizeres, não é certo que serás aceito?”. Mas, Caim ao invés de refletir
sobre a sua conduta maligna, procurando uma forma de aplacar a sua ira
contra Abel, seu irmão, ignorou os conselhos do Senhor Deus e arquiteto seu
maquiavélico plano para atrair o seu irmão e mata-lo. “E falou Caim com o seu
irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu
irmão Abel, e o matou”.
Deus não aceitou a oferta de Caim porque ela não expressou
a mais sincera atitude do verdadeiro adorador. “ Pela fé Abel ofereceu a Deus
maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo,
dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda
fala.”(Hebreus 11:4)
Após matar Abel, Caim continuou vivendo como se
nada houvera acontecido. Existem muitas pessoas que maltratam seus irmãos, os
desprezam, os ofendem com suas atitudes e agem como se nada tivesse acontecido.
Sobem os púlpitos, pregam, cantam louvores, ofertam, participam da ceia do
Senhor Jesus e pensam que Deus não os está observando. Jesus disse: “Portanto,
se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai
reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.
Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele,
para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te
entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. ( Mat 5:23-25).
E o
Senhor novamente vai ao encontro de Caim. “E disse o Senhor a Caim: Onde está
Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? (Gênesis
4:9). Caim, representa muitos de nós que ignoram a responsabilidade que temos
diante de Deus por cada um de nossos irmãos, a começar pelos da nossa casa,
nossa família. A Bíblia diz: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e
principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.”
(1Tim. 5:8). E, esse cuidado não se limita somente aos de carne e sangue,
mas, se estende aos nossos irmãos em Cristo, a família da qual Deus nos gerou
em Cristo. O Apóstolo Paulo nos diz: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com
amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Romanos 12:10).
Encontramos na Palavra centenas de textos que nos ensinam a importância da
comunhão dos membros do Corpo de Cristo e o cuidado que devemos ter por cada um
deles. “ Para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual
cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros
padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com
ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.”
(1Corint 12:25-27). Paulo revela o seu amor pela igreja dizendo: “Regozijo-me
agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de
Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja;” (Col. 1:24).
Deus perguntou a Caim: “Onde está Abel, teu
irmão?” E a resposta de Caim foi: não tenho nada a ver com a vida de Abel. Eu
não sou cuidador, não sou babá, não sou responsável por Abel meu, irmão. Mas,
Deus o confrontou com o seu pecado e, desesperado, Caim saiu perambulando pelo
mundo afora Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha maldade que a que
possa ser perdoada. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face
me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra. (Gênesis 4:13,14).
Caim
viu o peso do seu pecado, da sua ira, da sua omissão de não amar e zelar pela
vida do irmão.
O Senhor quer que nos importemos uns com os outros. Não
podemos, como membros do corpo de Cristo, dizer: irmão, eu não tenho nada
com a sua vida! Temos, sim. Temos o dever de zelar pelo bem-estar dos nossos
irmãos em Cristo. Quando ele estiver doente, meu dever é visita-lo e
assisti-lo em suas necessidades; se estiver triste, meu dever é abraça-lo e
oferecer meu ombro amigo para ampará-lo; se alegre, e der uma festa, e se,
claro! For convidado! Devo me alegrar com ele. Mas, independentemente de festas,
ao ouvir seu testemunho de bênçãos recebidas, devo abraça-lo e parabeniza-lo
pelo seu sucesso; se ele cair, ao invés de virar-lhe as costas, devo ajudá-lo a
se levantar. O Apóstolo Tiago diz: “Saiba que aquele que fizer converter do
erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma
multidão de pecados”. (Tiago 5:20). E, o Apóstolo João diz:
“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o
pecado”. (1 João 1:7). A Bíblia deixa explicito a importância de não
ignorarmos uns aos outros. Então, como podemos dizer: Irmão, não tenho nada com
a sua vida, quando o nosso Salvador nos diz: “O meu mandamento é este: Que vos
ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.”? (João 15:12).
Sabe por que aquele pastor disse ao rebanho
que Deus havia colocado em suas mãos: ‘Irmão, eu não tenho nada com a sua
vida’? Porque ele se juntou ao time de muitos dos seus colegas que fazem o
mesmo. Não estão preocupados em preparar a Igreja para habitar nas moradas
eternas as quais Jesus prometeu, dizendo: “Na casa de meu Pai há muitas
moradas, vou preparar-vos lugar”; porque esses pastores não têm amor pelo
rebanho, pois, não querem dar-se ao trabalho de conhecer o estado de suas
ovelhas; porque eles próprios ainda não se converteram verdadeiramente e não
conhecem o Deus que deu a sua vida pelo rebanho, pois a Bíblia diz que, “quem
não ama, não conhece a Deus”; Por isto, dizendo de púlpito: irmão, eu não tenho
nada com a sua vida, as ovelhas estão livres para andar por aí, “leves e
soltas”! Sai da igreja e vão para as baladas da vida e essas baladas significam
participar de todas as iguarias que o diabo oferece, com direito a trazer para
a igreja e dividi-las com os demais irmãos, quer gostem eles, ou não, pois, o
seu pastor diz: ‘eu não tenho nada com a sua vida’. Então, eis aqui gozo e
alegria, matam-se bois e degolam-se ovelhas, come-se carne, e bebe-se vinho, e
diz-se: Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. (Isaías 22:13).
Vão morrer, sim, em seus delitos e pecados. E suas almas vão perecer porque
seu pastor não tinha nada com a sua vida.
Pastor, algum dia você disse para
alguma de suas ovelhas, essas pelas quais Jesus as comprou com a sua própria
vida; e pelas quais Ele derramou a sua última gota de sangue, e as colocou nas
suas mãos, dizendo: apascenta os meus cordeirinhos? Sim, você disse a alguma
dessas ovelhas: eu não tenho nada com a sua vida?
Jesus disse as suas ovelhas: Obedecei a vossos
pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles
que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque
isso não vos seria útil. (Hebbreus 13:17). Pastor, se você diz a sua
ovelha: eu não tenho nada com sua vida! Então, como as ovelhas vão lhe
obedecer, se você não as apascenta? Não as ensina a fugir do pecado, do
amor as coisas do mundo? Do envolvimento com o mundo? Muitas de suas
igrejas podem ser qualquer centro de atração, menos um lugar de adoração.” Mas,
se estivessem estado no meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir as
minhas palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, e da maldade das
suas ações.” (Jeremias 23:22). Sabe porque você diz: não tenho nada com a
sua vida, irmão?
Por que? Porque há muito tempo você deixou
de olhar para cruz; há muito tempo se esqueceu que o seu Pastor Supremo deu a
vida pelas suas ovelhas, inclusive, a sua! E, lhe disse: Apascenta as
minhas ovelhas, cuida bem dos meus cordeirinhos, as que amamentam, tenha
cuidado dobrado com elas, se necessário, carregue meus cordeirinhos no colo. É
assim que Jesus recomendou-lhe os cuidados com suas ovelhas, seu rebanho.
Caim, onde está o seu irmão? Pastor,
onde está a sua ovelha? O que ela está fazendo? Aonde e com quem está andando?
Jesus perguntou a Pedro: “Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim,
Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas
ovelhas.” (João 21:16). E, sabe, meu caro pastor, você tem, sim, tudo
a ver com a vida daquele irmão ou irmã que Deus colocou aos seus cuidados.
Quando pessoas entrarem na igreja de Cristo, não sua, seu dever é cuidar bem
delas. O Senhor Jesus diz que você prestará contas das almas dessas pessoas diante
dele. Até mesmo aquelas que você expulsou da igreja, dizendo que elas não eram “bem-vindas”
porque não entregavam o dizimo. É gratificante entregar nossos dízimos e
ofertas. Mas, aqueles que adoram a Deus com esse ato de amor, não se importa de
sentar-se ao lado de quem não o faz, pois, o amor de Cristo em sua vida
genuinamente convertida, poderá influenciar o seu irmão a fazer o mesmo. E, em
nenhuma parte das Escrituras está dizendo que a salvação das almas está
condicionada a ordenança de dizimar. A salvação é pela graça, é um presente de
Deus ao pecador. A condição para entrar no reino é o arrependimento. Jesus disse: Arrependei-vos, porque é chegado
o reino dos céus. ( Mateus 3:2). Arrependei-vos, pois, e
convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os
tempos do refrigério pela presença do Senhor. ( Atos 3:19). Produzi,
pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos:
Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus
suscitar filhos a Abraão.( Lucas 3:8). O Apóstolo Paulo diz: “Mas
nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar
a nós mesmos”. Se nossos irmãos tem essa fraqueza de não enxergar a importância
de adorar a Deus com suas finanças, oremos por eles, mas não os repudiemos por
isso. Além disso a Bíblia diz: Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas,
e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem
dinheiro e sem preço, vinho e leite. (Isaías 55:1). Quantos dos
nossos irmãos estão vindo aos cultos pelo prazer de adorar e ouvir a Palavra, mas,
estão desempregados, suas geladeiras e dispensas, vazias; contas atrasadas.
Mas, você não se interessa em conhecer o estado dessas ovelhas. Imagine a dor
desses irmãos ao ver que são escorraçados da comunhão por não poderem entregar dízimos
e ofertas.
Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o
Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que
ele resgatou com seu próprio sangue. (.Atos 20:28). Paulo aconselha Timóteo a seguir a
justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão. (1 Tm 6:11)
"Porque velam por vossas almas, como aqueles
que hão de dar conta delas". Você ama o Senhor Jesus? Então, ame o seu irmão,
assim o mundo saberá que você ama a Deus. E não se esqueça de que amor sem ação
implica numa fé morta, afirma a Palavra através do Apóstolo Tiago. Quando Deus perguntou a Caim pelo seu
irmão Abel, ele respondeu: não sei, sou eu guardador do meu irmão? Ele
estava dizendo que a vida do seu irmão não lhe atribuía valia alguma. Ele
não tinha nenhuma responsabilidade de cuidar de Abel e muito menos lhe
interessava por onde Abel andava.
Por que achamos que não somos responsáveis pelos nossos irmãos? Em vários textos encontramos Deus nos delegando responsabilidades em prol do
nosso próximo.
Quando
o Senhor perguntou a Caim pelo seu irmão, Ele estava chamando-o à
responsabilidade de amar, zelar e cuidar do seu irmão. É cômodo para nós,
ignorar nossos irmãos, pois, existem situações que incluem pessoas, e que, se
necessário for, ao interferirmos nesta ou naquela situação, ela poderia nos
tirar da nossa zona de conforto. Pois, só o fato de nos envolvermos com alguém,
isso já exigir muito de nós. O que pode ocorrer se o meu semelhante precisar da
minha atenção? Para socorrer alguém, necessitamos de algo muito mais do
que simplesmente dizer algumas palavras como Deus o abençoe, vai em paz; é
preciso ação, é preciso compaixão, é preciso amor. Na sua primeira carta aos
Coríntios o Apóstolo Paulo nos dá as diretrizes de como podemos servir a Deus,
destacando o mais importante elemento da vida cristã, o amor.
(1 Coríntios 13:1-10. Tempo: ao envolvermos com alguém, necessitamos
investir tempo. Tempo para lhe dar atenção; tempo para oração; tempo para
aconselhamento, tempo para ouvir etc. Assistência financeira: pode ser
que o nosso irmão esteja desempregado, passando por dificuldade financeira e,
se temos economias das quais podemos dispor, devemos ajudá-lo. Pode ser
que, assim que ele retornar ao emprego, nos devolva tudo o que lhe demos para
as suas necessidades, mas, pode ser que
não queiramos o seu retorno; porque o investimento que fizemos em prol do nosso
irmão está sendo acumulado nos tesouros dos céus, os quais Jesus referiu e nos
aconselhou a ajuntá-los. Pode ser que tenhamos que atender ao telefone quando
gostaríamos de não ser incomodados. Então, para que não sejamos importunados, a
melhor atitude que podemos tomar, fora do padrão de um verdadeiro discípulo de
Jesus, é dizer: Não tenho nada com a sua vida, irmão. E fingirmos que não está
acontecendo nada com ele. Sou eu guardador do meu irmão?
Que eu
e você sejamos despertados para obedecer e servir melhor o nosso Senhor e
Salvador, reconhecendo a nossa responsabilidade diante de Deus pela vida do
nosso irmão, no amor de Cristo.