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domingo, 15 de maio de 2011

Lembra-te do teu Criador na tua Mocidade e não o desprezes na tua Velhice.


Quando criança e até a minha inocente adolescência, eu era uma grande admiradora do rei Salomão. E, como eu gostava de ouvir o meu pastor pregar sobre a vida do jovem Salomão e sua comunhão com Deus! Na minha maturidade cristã, conhecendo mais a história dos reis de Israel, descobri que Salomão não era aquele exemplo de "homem de Deus" a ser seguido. Salomão tinha tudo para chegar a sua velhice se regozijando no Senhor por uma vida de obediência e de fidelidade; mas não foi o que aconteceu. Apesar de tanta sabedoria, tanta riqueza, tanto luxo, tanto glamour, e tanta fama, na sua velhisse Salomão se apresenta como um homem totalmente fracassado. Por que isto aconteceu com o herdeiro do rei Davi, identificado na Bíblia como o homem segundo o coração de Deus?
Mas, longe estava Salomão de seguir o exemplo do pai. Salomão não soube conviver com o sucesso e a vaidade o seduziu. O jovem rei teve a insensatez de possuir tantas mulheres quanto desejou o seu enganoso coração e isto foi a sua ruína. Ele “Tinha tudo o que desejava a sua alma”, e, seu coração não mais palpitava pela presença do Senhor. O amor que havia declarado a Deus, no início do seu reinado, estava sendo arruinado pelo seu apego à mulheres estrangeiras, com as quais ele havia contraído matrimônio, e, como esposas do rei, elas tranzitava livremente no seu palácio.
Salomão desobedera os mandamentos do Senhor unindo-se com essas mulheres idólatras, como relata a história dos Reis. “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidónias e hetéias, das naçöes de que o Senhor tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidónios, e Milcom, a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do Senhor e não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi, seu pai. Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom. E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras; as quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses. Pelo que o Senhor; se indignou contra Salomão; porquanto desviara o seu coração do Senhor, Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera.”
Os pastores, pelo menos na minha igreja, não pregavam sobre a desobediência e fracasso do rei Salomão e nem falavam do pecado que o levara a trilhar o caminho da desobediência. Lendo a Palavra descobri que o comportamento pecaminoso do brilhante rei Salomão, levou a nação de Israel a ruína. E na sua velhice chegou a dizer que tudo que havia acontecido na sua vida não passou de vaidade: “Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne (regendo porém o meu coração com sabedoria), e entregar-me à loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu durante o número dos dias de sua vida. Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. Fiz para mim hortas e jardins, e plantei neles árvores de toda a espécie de fruto. Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a espécie. E fui engrandecido, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol. Então passei a contemplar a sabedoria, e a loucura e a estultícia. Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram. Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas. Os olhos do homem sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; então também entendi eu que o mesmo lhes sucede a ambos. Assim eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que então busquei eu mais a sabedoria? Então disse no meu coração que também isto era vaidade. Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo! Por isso odiei esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito. Também eu odiei todo o meu trabalho, que realizei debaixo do sol, visto que eu havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim. E quem sabe se será sábio ou tolo? Todavia, se assenhoreará de todo o meu trabalho que realizei e em que me houve sabiamente debaixo do sol; também isto é vaidade. Então eu me volvi e entreguei o meu coração ao desespero no tocante ao trabalho, o qual realizei debaixo do sol. Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, conhecimento, e destreza; contudo deixará o seu trabalho como porção de quem nele não trabalhou; também isto é vaidade e grande mal. Porque, que mais tem o homem de todo o seu trabalho, e da aflição do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é aflição; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade. Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus. Pois quem pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu? Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria e conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus. Também isto é vaidade e aflição de espírito. (Eclesiastes 2:3-26)
Ao analisarmos este texto, descrito por Salomão, encontramos um homem egocêntrico, infeliz, insatisfeito, murmurando e reclamando da vida. Aquele jovem cheio de vigor, demonstrando humildade, ao ponto de até mesmo agradar o coração de Deus, já não existe. Onde foram parar suas lindas palavras ao assumir o seu reinado? “Agora, pois, ó Senhor meu Deus, tu fizeste reinar a teu servo em lugar de Davi meu pai; e sou apenas um menino pequeno; não sei como sair, nem como entrar. E teu servo está no meio do teu povo que elegeste; povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo? E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, de que Salomão pedisse isso".
Que exemplo de humildade e submissão! E a resposta de Deus, tão amorosamente, foi: "E disse-lhe Deus: Porquanto pediste isso, e não pediste para ti muitos dias, nem pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para discernires o que é justo; Eis que fiz segundo as tuas palavras; eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve, e depois de ti igual não se levantará. E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; de modo que não haverá um igual entre os reis, por todos os teus dias. E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos, e os meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei os teus dias”.
Salomão esqueceu de guardar os mandamentos do Senhor, esqueceu de andar nos seus caminhos e por isto, na sua velhice ele não tinha prazer, não contentamento, e por isto não era mais aquele Salomão cheio do Espírito Santo de Deus! Havia se transformado em outro homem. Seu coração não foi sincero como desejou e aconselhou o Senhor. Salomão era, agora, em sua velhice, um homem medroso e inseguro; ele chegou a afirmar que tudo em sua vida não passava de vaidade. “Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade”.
Ele aconselhou em sua sábias palavras: Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas; E as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço. E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
Salomão só lembrou de agradar ao Senhor no inicio do seu reinado. Sua juventude e o resto dos seus anos foram desperdiçados nos seus compromissos sociais, encontros com reinos de outras nações, e em agradar e satisfazer os desejos idólatras de suas mulheres. Por isto ele afirmou que odiava a vida.
Quantos jovens que outrora andavam com Deus e atualmente, estão lamentando o tempo perdido! Que não seja você um deles, meu amado irmão e irmã.

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