By Sussen Gazal
À frente de uma das maiores
organizações internacionais evangélicas, a jornalista Marleide Lima, que também
é missionária, escritora e cantora sacra, enfrenta preconceitos e promete fazer
um trabalho que estará marcando a Comunidade Evangélica em todo o mundo.
Visitar hospitais, prisões,
asilos, creches, universidades e até falar em funerais. Você conhece alguém que
gosta desse tipo de compromisso? A jornalista capixaba Marleide Lima é um
exemplo. Marleide fez um curso especial voltado para servir em grandes
necessidades, como essas visitas que muitas vezes deixamos para uma outra hora.
O curso de capelania Internacional que aconteceu em Framingham (MA) foi
oferecido pela UNIPAS – União Internacional de Pastores, que tem em sua
presidência o Rev. Gustavo Adiers - em parceria com a United Chaplain
International, organização da qual o Rev. Adiers é também Diretor Executivo.
O Curso de Capelania é voltado
para quem não se importa em servir ao próximo sem distinção de raça, religião
ou posição social. “Minha presença pode ser requisitada numa universidade de
renome ou numa escola de gueto, num subúrbio da América”, compara.
Mal deu início ao trabalho
nesse novo Ministério, Marleide foi chamada para coordenar o curso de capelania
para todo o Estado de Massachusetts, em três idiomas: português, inglês e
espanhol. Logo de entrada, encarou mudanças. O curso que antes acontecia apenas
uma vez por mês e era aplicado nas reuniões da Ordem dos Pastores de New
England, agora pode acontecer em qualquer dia do mês. Os interessados fazem uma
inscrição e levam para casa uma apostila. Quando se sentem preparados, passam
por uma prova. O exame vem selado, e pode ser feito em casa, mas sem consulta.
“Eles fazem a prova na presença de três fiscais: Pai, Filho e Espírito Santo”, brinca,
com seriedade, a coordenadora de Capelania Internacional.
Interessamos em saber como a
jornalista se sente representando uma organização tão importante como a
Capelania Internacional em Massachusetts e como faz para liderar homens e
mulheres de renome no seio evangélico?
“Importante mesmo, é Jesus, -
afirma, Marleide e acrescenta - o nosso Deus, sábio como é, escolhe quem Ele
quer. E quando escolhe, capacita”.
Marleide Lima revelou que há,
aproximadamente, três anos recebeu o desafio de pregar o Evangelho através da
imprensa. Dessa trajetória missionária ela escreveu o livro “Quando o Coração
Sangra”. Logo estará sendo distribuído, promete a escritora. Ela declarou que
chegar até aqui não foi fácil. “Durante o meu trajeto missionário, recebi
muitos tapinhas nas costas e elogios pelo trabalho que desenvolvia através da
imprensa, porém, muitos não acreditaram que eu fosse chegar a lugar algum. Eu
fazia e faço missões na imprensa a nível voluntário isto é, não existe nenhuma
missão ou organização como ponto de apoio. E, no início, ao pedir apoio para
desenvolver a obra, os homens me ignoraram. Mas não me intimidei e nem parei
porque eu tinha convicção desta chamada missionária. Mas, confesso que muitas
vezes fraquejei e questionei com Deus, dizendo-lhe que eu não ia agüentar a
caminhada. E quando não tinha lágrimas para derramar eu gemia diante do trono.
Um dia o Senhor me disse através de seu Santo Espírito: repreende o teu pranto,
enxugue as tuas lágrimas, pois o teu trabalho já foi aprovado. Assim, o mesmo
Senhor que me provou e aprovou, é o mesmo que tem sustentado a boa obra.
Durante o meu trajeto e até hoje, Deus tem levantado pessoas que têm abençoado
a minha vida. E apesar do preconceito e da falta de apoio de muitos líderes, O
Senhor está sempre a dizer “Não temas, porque eu sou contigo” afirmou a
Coordenadora de Capelania em Massachusetts.
Ao perguntar como se vê à
frente da organização, ela responde: Coordenar uma obra como a Capelania
Internacional em três idiomas é um verdadeiro presente de Deus. O máximo que
desejei foi ser capelã e desenvolver este ministério com muito amor; Porém, o
Senhor me escolheu para liderar e espero corresponder as expectativas de Deus e
fazer a obra como "obreiro aprovado". Esse ministério foi profetizado
há mais de dois anos por um profeta de Deus, Pr. Ezequias, residente no Brasil.
Eu não o conhecia, mas o Obreiro Roberto Sanches, de São Paulo, me falou desse
irmão e pediu que eu escrevesse um testemunho sobre a vida dele porque esse
pastor tinha sido milagrosamente curado de câncer. Ao ligar para ele falando do
meu interesse em publicar sua história, ele me disse: irmã, antes de começarmos
a falar, vou revelar a você o que Deus está me mostrando; Deus está dizendo que
vai colocar na mão da irmã uma obra tão grande que a irmã não vai acreditar, e
os homens vão ficar pasmos. E Deus está me mostrando, também, um movimento
muito grande de pastores, correndo em direção da irmã. Eu pensei: Esse
movimento de pastores deve ser correndo em minha direção para apoiar o meu
projeto missionário! Bem, a história não para por aí, diz a Coordenadora e ela
recomenda: Leia o meu livro Quando o Coração Sangra que você vai saber a
trajetória da minha história missionária na imprensa até chegar ao Ministério
de Capelania”.
A senhora é a primeira mulher a
ocupar um cargo de liderança no Ministério de Capelania, vivendo num mundo
machista, como estão vendo a sua liderança?
“Bem, Jesus veio quebrar
paradigmas, e Deus continua fazendo o mesmo. Os pastores, missionários, os
verdadeiros homens de Deus sabem que o Senhor não faz acepção de pessoas. É
claro que em muitas igrejas, se chegasse um Líder de Capelania Internacional em
Massachusetts, ele logo seria anunciado com destaque. Porém uma mulher, ainda
há muita resistência; em alguns eventos os pastores me apresentam como
jornalista ou missionária, mas nunca como líder de Capelania; mas eles vão se
acostumar, porque Deus está levando muitas mulheres para servi-lo em todas as
áreas onde só os homens tinham acesso. É o grande exército de Deus desta última
hora. Não me importo quando sou ignorada e na realidade pouco me importo com
honrarias terrenas. Mas, o importante mesmo, é que o Senhor está sempre de olho
em mim.”, ela ri e acrescenta: “Ele me conhece e isto é o que importa”.
Para divulgar o trabalho,
Marleide visita igrejas evangélicas. O maior interesse em fazer capelania ainda
é por parte de pastores e evangelistas, mas várias mulheres membros ativas da
igreja em que congregam, missionárias e pastoras já estão com as apostilas em
casa se preparando para a prova. No meio de quase 90 inscritos, 25% são
mulheres, mas ainda bem que a vocação tem falado mais alto do que o
preconceito. Marleide ensina que para o interessado saber se realmente o curso
de capelania tem a ver com ele, é preciso estar atento a algumas
características pessoais, como uma vida consagrada e o conhecimento bíblico. Na
apostila é possível saber que o primeiro capelão extra-oficial na história do
Cristianismo foi José, filho de Jacó. “Ele foi um destaque na prisão onde se
encontrava”, explica Marleide.
Na apostila também é possível
aprender as diferentes abordagens que um capelão precisa saber para começar uma
visita. O primeiro passo é sempre chegar calmo. “Uma pessoa agitada nunca
poderia ser um capelão”. Outro cuidado é para nunca combater nenhuma religião.
A função do capelão é confortar e falar do amor de Jesus. Outro detalhe
importante na missão de um capelão é lembrar de nunca prometer nada que não
possa cumprir, como por exemplo, dizer que vai visitar os familiares de algum preso
e depois esquecer.
Para funerais é importante
saber consolar. Falar em um momento de meditação com palavras apropriadas. A
apostila levanta algumas sugestões, como a Primeira Carta de Coríntios,
capítulo 15. Ou o Salmo 116, que fala quando a morte é preciosa. “A capelania
abre muitas portas, mas, é preciso saber chegar com humildade”, aconselha
Marleide. Nos Estados Unidos, principalmente, os americanos dão muito valor ao
trabalho voluntário. Quando se apresentam oficialmente, os capelães mostram uma
credencial importante. A carteira de couro preto tem o emblema de capelão ,um
brasão impresso na mesma empresa que fabrica o distintivo dos agentes federais
americanos”.
A próxima formatura vai
acontecer no dia 16 de março de 2002, com um culto de Ações de Graças que será
realizado na sede da Assembléia de Deus, na cidade de Boston. Marleide declarou
também que estará formando uma comitiva para entregar os convites a autoridades
brasileiras e americanas de Massachusetts. “Esta é a forma de dizermos que somos
um povo que está nos EUA fazendo a diferença e ajudando a construir um mundo
melhor. Deve-se lembrar também que o Ministério de Capelania Internacional é
interdenominacional. O culto de formatura pode ser em qualquer Igreja de ordem
Evangélica. Depois de formados, os novos capelães podem exercer seu trabalho em
qualquer parte do mundo. Muitos seguem viagem para países distantes, na Europa
ou na África e, também no Brasil”, finalizou a Coordenadora da United Chaplain
International em Massachusetts, Marleide Lima.
Obs: Matéria redigida pela
jornalista Gazal, publicada com algumas alterações no Jornal dos Estados
(Boston,MA) e Braziliam Times de Massachusetts e na Revista Linha Aberta
(Estado da Florida).
Extraído do
http://blogvozdoevangelho.blogspot.com
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