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sábado, 16 de maio de 2009

Compaixão pelos Aflitos -Falando aos Capelães


A palavra de Deus nos revela que Ele é cheio de compaixão por nós. Em Deuteronômio 30:2,3 Deus diz ao seu povo Israel: “E se te converteres ao Senhor teu Deus, e deres ouvidos à sua voz, conforme a tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração, e com toda a tua alma, então o Senhor teu Deus te fará voltar do teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todas as nações entre as quais te espalhou o Senhor teu Deus”.
Compaixão significa: um profundo sentimento de misericórdia pelo sofrimento de outrem. Numa composição musical o autor se expressa: "Compaixão é um jeito profundo de amar". Compaixão é o sinonimo do amor de Deus pela humanidade. Ele se moveu de intima compaixão por nós quando nos viu acorrentados pelo mal, quando nos viu chafurdados no pecado e por isto, mandou seu Filho Unigenito para morrer por nós e nos resgatar das garras do diabo. João 3: 16 diz: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Compaixão é muitas vezes assumir a dor de outrem; é estar pronto para socorrer alguém em sua aflição sem esperar nada em troca. Foi o que Jesus fez por nós; Ele assumiu o nosso lugar de castigo e pagou com sua vida o nosso resgate. Quando sentimos a verdadeira compaixão somos tocados profundamente. Este sentimento enche o nosso coração e nos sensibiliza, nos move à exercer a misericórdia. Compaixão torna o nosso coração amoroso, misericordioso, terno, sensível e nos faz voltar a nossa atenção pela dor e o sofrimento do nosso próximo.
Somos instruídos pelo apostolo Pedro a sermos unidos com o nosso irmão em amor. E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção. (I Pd. 3:8,9). Isto significa que não podemos estar em conflito com o corpo de Cristo, pois, somos membros uns dos outros. Se devemos ser misericordiosos com pessoas que não conhecemos, muito mais com os irmãos que fazem parte conosco do Corpo de Cristo.
Em todo o seu ministério Jesus se movia de intima compaixão pelas pessoas.
Em Marcos 5:21-43 Jesus demonstrou o seu grande poder e compaixão curando uma mulher que o apertava na multidão e ressuscitando a filha do chefe da sinagoga. Temos na Bíblia muitos exemplos que nos falam da compaixão de Jesus. Jesus demonstrou compaixão por um homem que vivia dominado por demónios e sua morada era nos sepulcros. Nosso Senhor ia ao encontro daqueles que eram considerados imundos, daqueles que a sociedade evitava e desprezava. Ele teve compaixão de homens e mulheres pecadores e os perdoou sem lançar em seus rostos suas iniquidades.
Precisamos ser sábios quando formos exercer o nosso sentimento de misericórdia pelos que sofrem. Jó 6:1-30 nos mostra como a compaixão pode ir além das palavras. Ele nos faz entender que muitas vezes as palavras são repugnantes diante de uma situação de dor, quando as pessoas fazem severos julgamentos por aparentes situações. Ao invés de ajudar, quem não tem sabedoria para consolar vai causar mais dor e sofrimento ao necessitado. Assim fizeram os capelães amigos de Jó, Elifaz, Bildade e Zofar. Sem conhecimento de causa, julgando pela aparência, eles começam a censurar Jò e dar-lhe conselhos, os quais aumentava mais a sua dor. Ele comparou os conselhos de seus amigos como uma comida sem sabor. Devemos ser cautelosos em nossas palavras quando encontramos uma pessoa ferida. Muitas vezes as pessoas precisam mais de compaixão do que de palavras.
Em marcos 2:1-12, um paralítico foi abençoado pela compaixão dos seus amigos e a disposição de ajudar o levou até Jesus. Existem muitas pessoas com problemas físicos e espirituais e precisam de ajuda. O Senhor Deus se compadece dessas pessoas.Um raio de esperança podia ser visto em todo o povo de Israel o qual estava em grande aperto pela dor do exilo, perda de seus familiares, e as palavras de Jeremias vem trazer consolo e esperança para aquele povo. Em Lamentações 3:22 o Profeta diz que “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim”. Aqueles que sofrem precisam saber que quando clamamos ao Senhor por misericórdia o Senhor nos atende de bom grado; o Senhor se põe de pé com seu amor e compaixão, pois o seu amor e misericórdia é maior do que os nossos pecados; Ele diz em sua Palavra: "Aquele que vem a mim de maneira nenhuma lançarei fora"; Quando os amigos do paralítico o levou a Jesus, Ele perdoou os seus pecados e o curou. Ele perdoou uma mulher apanhada em adultério sem a condenar; Deus mandou o profetas Jonas dizer aos moradores de Ninive que eles seriam destruído por causa dos seus pecados; mas eles se arrependeram e pediram perdão e as misericórdias do Senhor os alcançou e Deus os perdoou. Jonas questionou a atitude de Deus para com aquela cidade e Deus respondeu: como não teria eu compaixão de Ninive em que há 120 mil almas que não sabem discernir a mão direita da esquerda? As misericórdias do Senhor nunca tem fim. Seu inalterável amor resgata os cativos. Na parábola do servo que devia ao rei uma divida, Jesus mostra a compaixão do rei perdoando o seu servo; Ele disse em Mateus 18:27 Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Em Lucas 15:20 na parábola do Filho Pródigo a Bíblia nos revela a atitude daquele pai cheio de compaixão pelo seu filho. “E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou”. Aquele pai quando viu o seu filho não questionou a sua rebeldia; não o rejeitou por ele ter desperdiçado sua herança; não teve repulsa em abraçá-lo maltrapilho e mal cheiroso; Ele não se importou com o estado deplorável do filho, mas, o recebeu cheio de compaixão. É esta compaixão que devemos levar aos que sofrem, aos que estão perdidos, aos que desperdiçaram sua herança, aos que não sabem discernir a mão direita da esquerda. Há esperança para cura-los tanto da enfermidade física, quanto da enfermidade da alma; tanto da enfermidade da alma quanto da enfermidade do espírito. Essas pessoas precisam saber que Deus é amor!
A Parábola do Bom Samaritano nos mostra um homem movido de compaixão por um viajante ferido. “Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; (Lc. 10:33,34);
Jesus se compadecia também das multidões: E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas. (Mc. 6: 34). É esta compaixão nos move para ir ao encontro daqueles que estão sofrendo e ajudá-los. Paulo disse que Deus é a fonte para capacitar os seus servos e manifestar em suas vidas a verdadeira compaixão. “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também; E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. (Cl.3:12,13,14). Temos garantido sobre nós os benefícios das misericórdias do Senhor e a única coisa que temos de fazer é estarmos revestidos de misericórdias por aqueles que precisam da nossa compaixão. Misericórdia e compaixão devem estar arraigados em nossos corações por causa do amor de Deus por nós. Nossa compaixão deve alcançar os pobres, os idosos, os perdidos, os solitários, os famintos, os desesperados, os órfãos, os doentes, os descalços, os nus e os feridos à beira do caminho. São incontáveis os que se encontram feridos à beira do caminho e como filhos de Deus, salvos para as boas obras, não podemos ignorar as sua necessidades. De todas as emoções humanas, compaixão é o mais profundo dos sentimentos. Quando uma pessoa é movida de compaixão ela não pode ficar alheia ao que está acontecendo ao seu redor porque suas entranhas se movem e se dilaceram pela dor e sofrimento do seu semelhante. Jesus tinha este sentimento pelas pessoas. Jesus chorou quando viu o sofrimento das irmãs de Lázaro que sofriam pela dor da morte que ceifara seu irmão. Mas Jesus não apenas chorou com aqueles que sofriam, Ele levou a solução para a vida daquela família.
Estamos falando com toda a Igreja, mas, de uma forma especial estamos falando aos capelães que se encontram neste auditório; homens e mulheres que atenderam o chamado do Mestre para o exercício da misericórdia. Vocês tem diante de suas vidas o desafio de levar o bálsamo restaurador para os aflitos e necessitados que se encontram à beira do caminho; de levar aos que sofrem palavras de consolo e conforto para seus corações aflitos. E assim com Jesus tinha a solução para os problemas dos oprimidos, nós também, em Jesus, temos a solução para ajudá-los. Temos o poder do nome de Jesus. O Senhor Jesus nos delegou autoridade para operar maravilhas em seu poderoso nome.
Quando um capelão vai ajudar alguém ele deve saber o que responder aos que perguntam pela esperança que lhes é oferecida. Uma das formas de nos apresentarmos é dizendo: Estamos aqui para ouvir você e caminhar ao seu lado trazendo a nossa solidariedade e esperança e para lhe dizer que há solução para o seu problema; para lhe dizer que o Senhor Jesus está com suas mãos estendidas para abençoar você.
O Ministério de capelania tem essa responsabilidade de levar esperança ao aflito.
Este ministério não somente vai levar ajuda espiritual, mas, também a social. Esta é a nossa meta. Jesus nunca despediu uma multidão com fome. Ele dizia aos seus discípulos: daí-lhes, vós, de comer. Seguindo o exemplo de Jesus temos consciência de que o servo de Deus, "salvo para as boas obras", precisa enxergar as necessidades do mundo. Jesus não somente tinha compaixão, mas, levava a solução para os problemas daqueles que sofriam. Finalizando esta mensagem, vamos citar a compaixão de Jesus por uma viúva que chorava a morte do filho. "Vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. (Lc.7:13). Jesus viu o sofrimento daquela viúva e viu o seu coração verdadeiramente arrebentado; ela perdera o marido e agora seu único filho também havia morrido. Diz a palavra que uma grande multidão seguia aquele funeral. Provavelmente aquela mulher era uma pessoa popular e benquista na sua comunidade. Ela tinha muitos amigos e as pessoas estavam com muita pena dela, mas,elas não podiam fazer nada e nem tinham como a consolar pela sua dor. Mas Jesus foi ao seu encontro movido de compaixão; Ele tinha todo o poder nas suas mãos e total controle em tudo que acontecia no universo! Ele ordenou a morte que restituísse a vida daquele rapaz, pois Ele tinha, também, poder sobre a morte.
Jesus não estava alheio as necessidades e sofrimentos do povo, ao contrário, ele estava sempre atento a tudo o que acontecia, pois ele se preocupava com todas as pessoas e procurava curar a dor de todos os corações que sofriam. Jesus é a revelação do amor de Deus; Ele é o próprio amor. Ele deu a sua vida para nos salvar de todos os nossos pecados. O crente revestido do amor de Deus não pode ficar alheio aos sofrimentos do seu semelhante. Ele que foi socorrido, agora vai a procura dos que precisam de socorro. Ele que foi salvo vai a procura do pecador e lhe oferece a salvação. Jesus, antes de voltar para o Céu, nos deixou uma missão: Ide por todo mundo e pregai a toda criatura. Ele nos deu a também a garantia de que estaria conosco todos os dias. Jesus disse: "É me dado todo poder no céu e na terra; E estes sinais seguirão aos que crerem: eu vos dou autoridade para pisar serpentes e escorpiões; em meu nome expulsarão os demónios; falarão novas línguas; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão". Temos todas as ferramentas de que precisamos para atender ao IDE de Jesus, levando a sua salvação a todos os povos do mundo; temos autoridade de Jesus ao nosso dispor: "Eu vos dou autoridade", Ele disse; temos a sua companhia: "Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos".
Portanto, meus amados, temos a missão de pregar o evangelho e socorrer os aflitos. É nosso dever, como cristãos, praticar a misericórdia; todo crente precisa mover-se de compaixão pelo sofrimento do seu semelhante. "E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes". (Mt25:40).
Deus abençoe a sua vida.

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