Nesta reflexão vamos abordar um assunto não tanto
agradável. Gostamos de falar ou pensar em coisas que nos faz bem, nos
transmite alegria, que nos faz esquecer as tribulações, o mal de cada
dia. Por isso que Jesus nos aconselha a não nos preocuparmos com nada.
“Decerto o vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas. Não
vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si
mesmo. Basta a cada dia o seu mal”. ( Mateus 6:34)
Na carta aos filipenses, o Apóstolo Paulo aconselha: “Quanto ao mais,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo
o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4:8). Então,
o nosso pensamento deve ser em agradecimento ao Senhor que cuida de nós, que
nos protege, nos sustenta, nos anima, nos fortalece, nos guia, nos conforta,
nos consola. Enfim, sua presença em nós, nos dá todas as condições de seguir
seus passos, olhando para Jesus, autor e consumador da nossa fé; lembrando
sempre que somente através da nossa fé, em Jesus, é que podemos vencer o mundo.
Mas, também, mesmo tendo alguém que nos cerca e cuida de nós, Jesus
falou que neste mundo teríamos dias difíceis para enfrentar. Porém, nos deu a
segurança de que Ele estaria conosco nos momentos adversos da nossa vida.
Porque a nossa caminhada neste mundo não nos torna blindados de tragédia.
Mas, o que é tragédia? Segundo os estudiosos, tragédia é uma
palavra que tem sua origem na inspiração poética e tradição religiosa
da Grécia Antiga, embora, dizem, não ter convicção nesta afirmativa.
Porém, à literatura grega é atribuída a origem dessa palavra. Os festivais em
honra aos deuses gregos eram acompanhados de grandes obras literárias,
denominadas: tragédia e no desfecho da composição literária, seus
personagens principais, na maioria, encarnavam um final trágico. Os poetas
gregos tinham o dever de entreter sua plateia, certificando que o teor de seus
versos, citados ou cantados, resultasse em narrativas de terror, sofrimento, e
até morte. E isto era uma tragédia. A tragédia como obra poética
literária não sobreviveu ao gosto das novas gerações de Atenas. Mas a força da
palavra em seu sentido, permanece. Coloquialmente, quando se quer enfatizar
situações de grande sofrimento e dor ao ser humano, diz-se que aconteceu uma tragédia
grega.
Uma tragédia pode atingir pessoas, individualmente, uma comunidade ou
uma nação inteira. Traduzindo de forma que possamos entender melhor,
poderíamos dizer que, tragédia é o tributo pago por uma opção, uma má escolha,
quer seja de ordem moral, espiritual, material etc.
As tragédias podem suceder por desastres naturais devido a
fenômenos geológicos, fenômenos climáticos, decorrentes de variações da
natureza com furacões, terremotos tempestades, como ocorreu em Santa Catarina,
Rio Grande do Sul, no Chile, no Extremo Oriente da Rússia, no Oeste do Panamá
etc.; maremotos provocando tsunami como na Indonésia, em 2004, em que
milhares de pessoas perderam suas vidas; outra tragédia de grande magnitude foi
o maremoto que aconteceu em 2011, no Japão, provocando um tsunami que atingiu a
usina nuclear de Fukushima, causando vazamento de radiação, poluindo a
atmosfera e a água do local. Esse acontecimento catastrófico, destruiu várias
cidades na costa do Japão e resultou na morte de dezesseis mil pessoas e, por
conta dessa tragédia, milhares de sobreviventes tiveram que ser transferidos
para outras cidades.
Mas, tragédias podem, não somente ser resultado de manifestações
da natureza, como também podem ser provocadas pela ação do homem. Podemos citar
os ataques atômicos Norte Americanos contra o império do Japão, bombardeando as
cidades de Hiroshima e Nagasaki, durante os últimos meses de combates da
segunda guerra mundial em agosto de 1945. As consequências daqueles atos
tenebrosos sobre Hiroshima e Nagasaki, foram desastrosos. Milhares de pessoas
morreram por queimaduras, envenenamento radioativo, e outras lesões. Mas, o
poder aniquilador das bombas foi além do espaço habitacional daquelas cidades,
afetando, também, a estrutura genética dos sobreviventes e seus descendentes.
Dos efeitos radiativos pela bomba de urânio a qual os americanos
intitularam de “Little Boy”, lançada em Hiroshima e do plutônio da “Fat Boy”,
lançada em Nagasaki, nasceram aos atingidos, descendentes mutilados, lesionados
pelo efeito de radiação das bombas. Até hoje, 70 anos depois, crianças nascem
com problemas genéticos, afirmam os historiadores.
Também, como consequência de tragédia causada pela ação do
homem, em 2001, mais de três mil pessoas perderam suas vidas, em
consequência dos ataques terroristas, nas torres gêmeas do World Trade Center,
em Nova Yorque.
E, difícil também é esquecer a tragédia causada por falha humana
no comando da aeronave que conduzia o time chapecoense rumo a Colômbia para a
disputa da Copa Sul-Americana de Futebol em novembro de 2016. A
irresponsabilidade profissional daquele piloto em suas tomadas de decisões,
segundo a imprensa, causou o acidente com a queda do avião, ceifando a sua
própria vida e a de dezenas de jovens atletas do futebol, dirigentes,
repórteres entre outros, causando tristeza, lagrimas e luto, não apenas ao povo
de Chapecó, aos catarinenses, ao Brasil, mas, a comoção atingiu o mundo
inteiro.
A Bíblia registra tragédias que aconteceram com o povo de Israel
por conta de parceria com infiéis.Mas, infiéis não são apenas aqueles que estão
fora do contexto de filhos de Deus. O povo de Israel, nação escolhida, amada e
protegida por Deus, se torna infiel em suas ações contra os preceitos de Deus.
E, a Bíblia tem muitos textos que esclarecem como Deus vê o infiel, mas, vamos
considerar alguns. O infiel é um traidor: “Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a
que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam”. (Mateus
2:50) “virá o senhor daquele servo no dia em que o não espera, e numa hora
que ele não sabe, e separá-lo-á, e lhe dará a sua parte com os infiéis”. (Lucas
12:46) “Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava,
que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar”. (Salmo 41:9).
O infiel é um
hipócrita: “E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca
de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o
seu coração está longe de mim;” (Marcos 7:6) “Jesus, porém,
conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?” (Mateus
22:18).
O infiel
é um rebelde: Isaias fala da infidelidade do povo e dos profetas de
Israel. “Estendi as minhas mãos o dia todo a um povo rebelde, que anda por
caminho, que não é bom, após os seus pensamentos; ” (Isaias 65:2). “Porque
o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e
cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm
águas”. (Jeremias 2:13).
Aos
infiéis, resulta-lhes a recompensa da tragédia. “E os filhos de Israel
fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e se esqueceram do Senhor seu Deus;
e serviram aos baalins e a Astarote. Então a ira do Senhor se
acendeu contra Israel, e ele os vendeu na mão de Cusã-Risataim, rei da
mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim oito anos”. (Juízes
3:7,8). Oito anos de sofrimento nas mãos do inimigo por falta de
fidelidade a Deus.
Sansão, juiz de Israel, teve um fim trágico por suas más
escolhas. Fez parceria com infiéis, casou-se com uma mulher de nação inimiga, a
qual, durante a sua ausência, ele a perde para o seu amigo, porque seu
sogro achou que ele não mais voltaria para casa, após seu primeiro
desentendimento conjugal; enfurecido,com o sogro; ele incendeia a
plantação de trigo e oliva dos filisteus. Em contrapartida, por vingança, seus
inimigos incendeia a casa do seu sogro e mata sua esposa com toda a família.
Como “um abismo chama outro abismo”, Sansão se apaixona por Dalila, uma
prostituta da terra dos filisteus. Seus inimigos, sem que ele soubesse, oferece
dinheiro a Dalila para que ela descobrisse o segredo da força de Sansão. Então,
por insistência dela para que lhe revelasse o segredo da sua força, apaixonado,
ele abre o seu coração e revela todo o seu segredo. Fala do seu nascimento, seu
voto de consagração ao Senhor e o que poderia tirar sua força e faze-lo como
qualquer homem. Sabendo que seu segredo fora revelado, Dalila chama seus
inimigos e o entrega a eles, completamente vencido. Ela o trai, enquanto lhe
faz juras de amor. Ao perder sua força de guerreiro invencível, seus olhos são
arrancados e, cego, Sansão se tornou escárnio para os filisteus e
seus últimos dias foram destinados à trabalha e entreter seus inimigos. Em
honra ao deus Dagon, os filisteus deram uma festa e Sansão é chamado e
apresentado como troféu de suas conquistas. Eles zombam e riem dele.
Que triste fim,
que tragédia para um homem que Deus havia escolhido desde o ventre de sua mãe e
separado para servi-lo!
Deus fez um pacto com Israel. Porém, vários reis de Israel como: Acabe,
Jeroboão, Acaz, Manassés, Amon e muitos outros reis, entristeceram o coração de
Deus e fizeram a nação pecar e se afastar de Deus. E o testemunho descrito na
biografia desses homens é: “E fez o que era mau aos olhos do Senhor; e
andou nos caminhos de seu pai, e no seu pecado com que seu pai fizera pecar a
Israel”.“Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em
mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram
a casa do Senhor, que ele tinha santificado em Jerusalém. E o Senhor Deus
de seus pais, falou-lhes constantemente por intermédio dos mensageiros, porque
se compadeceu do seu povo e da sua habitação. Eles, porém, zombaram dos
mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e mofaram dos seus
profetas; até que o furor do Senhor tanto subiu contra o seu povo, que mais
nenhum remédio houve. (2 Crônicas 36:14,16). E por isto, foram levados ao
cativeiro. Que Tragédia para o povo de Israel!
Assim tem acontecido com jovens, homens e mulheres do povo de
Deus, em nossos dias. Muitos de nós, povo de Deus, por ignorância, imaturidade,
ou rebeldia, temos feito parceria com infiéis, casando-se com eles. E por isto,
dificilmente uma pessoa que serve a Deus e, por desobediência se casa com um
cônjuge que não o serve, vai testemunhar que seu lar é “um pedacinho do céu”.
Por que? Porque a luz não pode ter comunhão com as trevas. Treva não suporta
luz!
Você chega do culto transbordando do Espirito Santo e vai compartilhar
com seu marido ou sua esposa as maravilhas do amor de Deus, eles ignoram,
desprezam, rejeitam! Sabe por que? Porque trevas não entendem nada da luz!
Enfim, jovem, se você ama a Deus, se quer servir a Jesus, se quer
evitar sofrimentos futuros, se quer paz em seu lar, se quer ser exemplo para os
filhos que virão, se quer evitar muitas lágrimas, se deseja que seu lar seja
“Lar, doce Lar”, não faça parceria com as trevas. Não se una a um infiel, mesmo
sendo ele ou ela membro de sua igreja. Você sabe do que estou falando,
não sabe?
Se alguém não tem temor ao Deus que o criou e nem interesse em
conhece-lo e segui-lo; se alguém ignora o amor do Deus que deu a sua vida para
resgatá-lo da condenação eterna; se alguém ama o mundo ao ponto de ignorar quem
fez o mundo, fuja dele ou dela. Por que? Porque parceria com infiéis
sempre resultou em tragédia. Você não quer isso para sua vida. Quer?
Mas, se você se encontra em situação de tragédia por suas más escolhas e
o sofrimento tem abatido a sua alma, lembre-se que você não está só. O Bom
Pastor caminha com você. O salmista nos anima com a certeza de que “Ainda que
eu ande pelo vale da sombra e da morte, não temerei mal algum porque ele está
comigo”. O povo de Israel quebrou a sua aliança com Deus e sofreu as
consequências dos seus pecados, mas, Deus não os abandonou totalmente. Em suas
promessas Deus diz que vai salvar Israel e mudar a sua sorte. E o fez mandando
Jesus para restaurar não somente a sorte de Israel, mas, também a nossa sorte.
“ O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que
habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” (Isaias 9:2).
“Porque eu bem
sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de
paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jeremias 29:11).
“E a paz de
Deus que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
pensamentos em Cristo Jesus”.
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